Onde Está Teu Irmão?

Não existe melhor ilustração para este tema, do que o fato verídico ocorrido nas paraolimpíadas de Seattle, em 1992. Ali nove participantes, todos física ou mentalmente deficientes, se reuniram na linha de largada para a corrida dos cem metros. Quando foi dado o tiro de largada, todos eles saíram apressados, não exatamente em disparada, mas com a disposição de terminar a corrida e vencer.

Todos avançavam bem na corrida, menos um menino que tropeçou no asfalto, caiu umas duas vezes e começou a chorar. Os outros oito ouviram o menino chorando. De repente eles diminuíram a velocidade e pararam. Então todos eles se viraram e voltaram.
Cada um por sua conta.

Uma menina com Síndrome de Down curvou-se, beijou e disse: “Isso vai passar a dor”.
Em seguida os nove se deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada. Todo mundo no estádio se levantou, e os aplausos duraram por dez minutos.
Aqueles jovens podiam até ser deficientes do corpo e da mente, mas não eram deficientes de amor, de compaixão, de misericórdia e de sensibilidade.
“A pior doença que alguém pode padecer é a insensibilidade”
Que possamos repensar nosso viver cristão, repensar o tamanho de nosso amor e de nossa compaixão. Que possamos rever nossas motivações e reavaliar nosso compromisso com Deus e com nossos irmãos.
Existem muitos homens e mulheres de Deus, que no passado foram tremendamente usados por Ele, mas que em algum momento da caminhada sofreram uma rasteira do nimigo e hoje estão feridos, estão no fundo do poço necessitando de alguém para resgatá-los. Eles precisam de alguém para lhes dar as mãos! O Pai está perguntando para nós: “Onde está teu irmão?”

Nossa atitude em relação aos irmãos que se encontram feridos pelo pecado, deve ser de restauração. Não podemos ser como Caim para quem Deus perguntou: Onde está teu irmão? E ele respondeu: Não sei; acaso sou eu guardião do meu irmão? Caim respondeu com uma pergunta que mostra uma atitude de afastamento, descompromisso, e indiferença. O Pai quer que nos sintamos responsáveis, que tenhamos prazer na companhia e no sucesso do nosso irmão.

Estamos preparados para quando o Pai nos perguntar: Onde está teu irmão?
Você sabia que de acordo com uma pesquisa, há muita gente desesperada por uma nova chance, mas não tem a quem recorrer? Para muitos desviados, voltar é um passo difícil.
O desviado é como uma jóia de ouro que caiu na lama, está toda suja, mas ainda é ouro e precisa de gente interessada, garimpeiros que estendam a mão e vasculhem até encontrá-lo.
Conta-se que uma aldeia era cortada por um turbulento rio. Certo dia irrompeu um grande alvoroço no povoado que tomo conta de todos: “Socorro! Menino no rio!” As mães saíram correndo: “Será meu filho?” Um rapaz que observava a cena e era ótimo nadador amarrou uma corda na cintura e jogou a outra extremidade para a multidão e gritou: “Eu vou buscá-lo! Segurem a corda!” E se lançou nas revoltas águas. Quando conseguiu agarrar o menino, foi um alivio para todos. A multidão aplaudiu entusiasticamente. O rapaz gritou então: “Puxem a corda!” Mas nenhuma só pessoa havia segurado na ponta da corda, e os dois pereceram nas turbulentas águas do rio.

O mundo é como um rio turbulento onde cristãos descuidados podem cair. O trabalho de resgate depende de todos. Existem muitos que estão feridos no campo de batalha. O diabo os enganou e eles caíram em pecado, precisamos de uma nova cultura espiritual para resgatá-los.
(Baseado no livro Soldado Ferido)

Pr. Uécio Gomide