Informe viagem África

Caros irmãos primeiramente gostaria de agradecer a todos que oraram por nossa viagem a África. Como você deve saber, Todd e eu saímos para esta viagem com dois objetivos básicos:

1- Espiar a terra e procurar entender como podemos e devemos, como igreja, cooperar para a expansão do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo na África.

2- Levar a oferta que foi levantada na Festa das Nações e repassar conforme o Espírito Santo nos dirigisse.

Em termos gerais a viagem foi tranquila, porém a guerra espiritual começou quando fomos impedidos de embarcar no voo para a cidade de Beira, nossa primeira parada. Como mudaram a legislação a respeito de vistos, tivemos que ir a Maputo (capital) retirar nosso visto, perdendo assim as passagens anteriormente adquiridas para Beira. Deus, como sempre o faz, abriu uma porta inesperada para que pudéssemos de maneira tranquila conseguir os vistos de entrada naquele país. Perdemos um dia que gastaríamos ministrando a vários pastores, os quais ficaram nos esperando em vão.

Chegamos a Beira e fomos a um hotel meio abandonado, com direito a ratos nos corredores e sala dos hóspedes. Depois de dois dias neste hotel, encontramos um outro, com melhores acomodações. Fomos recebidos pelos pastores Moçambicanos Ricardo e Sande. São pastores muito queridos e simples, e sempre com um grande sorriso no rosto. Tomamos uma “Chapa” (são velhas vans de transporte coletivo) e fomos feito “sardinha em lata” para o centro da cidade para trocar algum dinheiro para a moeda local. Depois fomos direto para o local do seminário onde encontramos um bom grupo nos aguardando. Eram umas 100 pessoas, vários pastores, pastoras e lideres e nos pediram para comprar comida para eles e assim o fizemos. Muitos deles não iriam se alimentar se não tivéssemos provido o almoço, que tinha arroz “unidos venceremos”, um pouco de molho de tomate, uma sardinha assada e um pouco de suco artificial. A comida foi feita em um fogão com pedras improvisado no chão. Umas 50 crianças também foram alimentadas. O Todd e eu ministramos algumas palavras e tivemos nos dois dias um bom tempo de ministração a respeito do Espírito Santo e cura divina, além de dedicar também espaço para o ensino da Palavra de Deus e tempo para responder perguntas. Todas as palavras foram traduzidas para o dialeto “Sena”, pois as pessoas mais simples não entendem o Português. Aprendi uma frase em Sena: “Mulungu Ari pan”, que significa “Deus está aqui”. Tivemos a oportunidade de ministrar também às crianças. As crianças daquela região foram convidadas, e depois de contar histórias e cantar, servimos bolachas, suco e balinhas. Por onde se anda na África, se tem criança com abundância. Fica muito claro o papel da igreja de investir e formar a próxima geração.

OBS. No segundo dia tivemos 143 adultos e muitas crianças. Também tivemos que providenciar alimentação (arroz, feijão pagão, sardinha e suco) para esta pequena multidão. Além do almoço, nos dois dias, providenciamos também o “mata bicho” para essa turma. Tem idéia do que é isso? Sim, o café da manhã.

Foi um tempo muito proveitoso e os pastores nos agradeceram muito. Também agradeceram a igreja Shalom por nos ter enviado e pela ajuda financeira.

SONHO: “Em um sonho, eu lutava com um homem (espírito maligno) e o esfaqueava no peito. Ele me disse que não seria fácil matá-lo”. Entendi que era um principado daquela região, resistindo à nossa presença. Entendi também que deveríamos entrar mais em guerra espiritual, o que procuramos todos os dias fazer.

PERCEPÇÕES: precisam muito de ajuda na área do ensino da Palavra e também de ensino e orientações quanto à higiene e trabalho com crianças. Também carecem de ajuda material, pois uma grande parcela da população não tem trabalho. Acreditamos que deve ser o primeiro lugar a fazer investimentos de pessoas e finanças.

 

Em Pemba, cidade ao Norte de Moçambique, conhecemos o trabalho da Instituição Ministério Arco Íris presidida pela Heidi Baker. Trabalham alimentando crianças, jovens e mulheres idosas ou mães sem condições de sustento, tanto espiritualmente como fisicamente. Como em todo lugar, pessoas com muito e pessoas com quase nada. Tivemos a oportunidade de visitar algumas residências de viúvas. Foi muito triste ver os locais e condições onde moram. Nenhuma casa tinha cama. Usam esteiras para dormir. Muita miséria e pobreza material e espiritual. Muitos que se dizem muçulmanos não sabem por que o são.  Em geral, os crentes e até os pastores tem muito pouco conhecimento da Palavra de Deus. Há muita necessidade de ensino da Palavra de Deus. Conhecemos Estefáno (moçambicano) e Lissandra (brasileira),  irmãos em Cristo e com quem desenvolvemos uma boa amizade com possibilidade de parceria para sustento de um obreiro nativo para evangelização de uma área de predominância muçulmana.

Também conhecemos William Arcadua, pastor da Assémbleia de Deus que atua como diretor de uma escola Cristã em Pemba. Caso queiramos trabalhar naquela região, eles sugerem abrirmos uma ONG ou abrimos uma filial de uma das nossas ONGs no Brasil para legalização de missionários.

Em termos climáticos foi o lugar mais quente e úmido que estivemos. Sentimos muito calor e suamos muito, alem do fato que no dia da nossa chegada não havia energia e nem água.

 

Etiópia – Addis Ababa

Tivemos um bom tempo com Per (missionário Sueco), com sua esposa Abbi (Etíope) e suas filhas Ester e Ruth. Abbi tem uma casa de misericórdia onde ela recebe moças ou mulheres de toda natureza que não tem profissão, além de ministrar a Palavra de Deus a elas, também as ensina a costurar, fazer trabalhos manuais, cozinhar, salão de beleza e trabalhar como garçonetes. Ministramos àquelas mulheres a Palavra de Deus e foi um tempo muito bom. A Abbi foi abandonada pela mãe quando criança e depois Deus de uma forma miraculosa e linda a levou a experimentar a salvação. O desejo do coração dela é ajudar mães a nunca terem que se separar de seus filhos. Segundo ela, é a maior tristeza que uma criança pode experimentar.  Eles também têm um dinâmico trabalho de realizar cruzadas e tem alcançado centenas de milhares de pessoas (60.000 a 80.000 pessoas por cruzada com uma média de 10.000 a 15.000 decisões). Tem mais de 100 igrejas entre tribos afastadas dos grandes centros – povos não alcançados, muitos deles em vilas muçulmanas. Em muitas destas vilas as pessoas precisam andar de 5 a 10 km para buscar água. As maiores necessidades são: ensino da Palavra, Bíblias na língua local, poços artesianos, assistência médica e dentária, escolas para as crianças e etc. E amor.

Visitamos na capital  Addis Ababa – lugares onde há muita pobreza e prostituição. Uma casa para receber mocas, retirando-as da prostituição seria muito útil.

SONHO: “Tive um sonho onde eu andava em uma das ruas da Etiópia e passei por um terreno baldio e tinha um homem endemoninhado. Passei por ele e não dei muita importância, porém senti que devia expulsar o demônio dele. Quando me voltei, ele estava saindo do terreno e quis me atacar, porém ele não conseguia chegar até mim, pois havia uma barreira de proteção entre nós”. Naquele momento entendi que era um principado que atuava na Etiópia.

PERCEPÇÃO: Apesar da necessidade, é um país para uma atuação em um segundo momento, haja vista que um missionário para aquela região precisa ter um perfil diferenciado, inclusive com o domínio da língua inglesa.

Humberto Dias
Pr. Humberto Dias